Foram os Deuses que criaram os homens, ou foram os homens que criaram os Deuses? É essa a questão, se nos pomos a pensar na marcha da humanidade e nas suas relações com o divino, mas, evidentemente, não há resposta para ela e é provável que assim fique, até ao final dos tempos humanos, sem resposta.
Uma coisa, pelo menos, parece certa: mesmo que admitamos que não foram uns que fizeram os outros, temos que admitir que foram feitos uns para os outros. De facto, Deuses sem homens parece que perdem todo o sentido: quem os nomearia? Quem lhes prestaria culto? Quanto aos homens, não sabem realmente viver sem os seus Deuses; de outra forma, a religiosidade não seria um fenómeno tão universal, tão persistente. Partindo de uma abordagem histórica comparativa, Os Deuses dos homens proporciona-nos uma “viagem” em busca do tipo de relações que estabeleceram os seres humanos com as forças que os movem mas não entendem, que não dominam, com o transcendente. De que modo alguns de entre esses homens souberam assenhorear-se dessas relações privilegiadas e como fizeram reverter esse conhecimento a seu favor? O autor procura detetar a universalidade das inquietações humanas e reconhecer como foram distintas ou semelhantes as soluções encontradas. Busca compreender, enfim, em que épocas e circunstâncias os homens se foram emancipando dos seus Deuses, se foram libertando deles ou os foram perdendo, conforme a perspetiva…
José Alberto Leitão Barata licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa e é mestre em História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Foi investigador do Instituto de História de além-mar da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Publicou, para além de alguns artigos em obras coletivas e revistas da especialidade, “Os Senhores da Navegação: o Domínio Português dos Mares da Ásia por Meados do Século XVI”, prémio do mar, rei D. Carlos (2001).
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